Foto: ims.com.br
ANTONIO FERNANDO DE FRANCESCI
( Brasil – SÃO PAULO )
Antonio Fernando de Franceschi (Pirassununga, 27 de novembro de 1942 - São Paulo, 1 de junho de 2021) foi um poeta, ensaísta e crítico literário brasileiro. Foi diretor do Museu de Arte de São Paulo e do Instituto Moreira Salles.
Nasceu no interior de São Paulo, em Pirassununga, em 27 de novembro de 1942. Aos 8 anos de idade, na década de 1950, emigra para a capital. Realizou seus estudos iniciais na Escola Caetano de Campos, localizada na Praça da República. Em 1964 inicia sua graduação em Filosofia na
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.
É representante da Geração 60 de poesia, também conhecida como geração dos novíssimos.
Atuação
Entre 1980 e 1984 foi editor e diretor da Revista Istoé. Nesse contexto ficou conhecido por suas críticas literárias, não apenas na Istoé, mas também em outros periódicos. Entre 1980 e 1990 fez parte do conselho administrativo da Escola Superior de Propaganda e Marketing. Nesse mesmo contexto foi consultor da Associação Brasileira de Imprensa. Na década de 90 foi diretor do Museu de Arte de São Paulo.
Foi responsável, em conjunto a Walther Moreira Salles, pela criação do Instituto Moreira Salles. Tendo se tornado o seu primeiro diretor-superintendente, em 1992, cargo que ocupou até 2008.[4] João Moreira Salles afirma que sem Franceschi o IMS não teria existido, reafirmando a importância do poeta na concretização da instituição.
Durante sua gestão foi o responsável pela incorporação de acervos iconográficos importantes como os de Marc Ferrez, Marcel Gautherot, José Medeiros, Madalena Schwartz e Maureen Bisilliat. Na área literária conseguiu incorporar arquivos valiosos de Lygia Fagundes Telles, Otto Lara Resende, Rachel de Queiroz, Carolina Maria de Jesus e Clarice Lispector, também criou a série e editou "O escritor por ele mesmo" e os Cadernos de Literatura Brasileira.
No que diz respeito ao acervo musical do instituto, possibilitou a salvaguarda do acervo de Pixinguinha. E incorporou o acervo de Ernesto Nazareth, Humberto Franceschi e José Ramos Tinhorão
Prêmios
Recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia por "Tarde revelada" (1985) e "Caminho das águas" (1987), que também lhe rendeu o Prêmio da APCA. Por "Sal" (1989) recebeu o Prêmio Cassiano Ricardo.
Obras: “Tarde revelada" (Brasiliense, 1985). - "Caminho das águas" (Brasiliense, 1987). – “Sal" (1989). - "Fractais" (Brasiliense, 1990). - "A olho nu" (Companhia das Letras, 1993). - "Cinco formas clássicas" (BEI, 2002). - "Sete suítes" (Companhia das Letras, 2010).
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POESIA SEMPRE – Ano 13 -Número 20. 2005 Editor Luciano Trigo. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2005. 264 p. No. 10 385
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA
Cinco Formas Clássicas / Suíte
Écloga
Sui polverosi espechi dell´estate Ungaretti
à tarde vêm
lúteas falenas
em tudo asas
farfalham plenas
féleas felices
centenas
veludas velas
sob as antenas
flanam falhadas
se descabelam
e em faina vã
falecem
Canzione
nel fero loco ove tem corte Amore
GUIDO CALCANTI
de nada vale amor que mero
ocupa verso e rima: se vero
não poupa: se raro preocupa
amor que vale arde e machuca
se é chama volteia como quero
se dura se trai in natura: erro
sei que não sei: amor mor se matura
e da própria substância se satura
requer já outro amor que cumpra
prometa mais ventura: pois nunca
mesmo a cumprirá: falho em candura
de amor se cai de uma altura
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